O
Estado Islâmico, ou ISIS, representa uma ameaça para a humanidade,
inclusive para um bilhão e meio de islâmicos que não apoiam seus
atos e nem mesmo sua existência. Mas como existem, lamentavelmente,
grupos de cristãos tentando transformar o combate ao ISIS uma guerra
entre cristãos e islâmicos, devo dizer antecipadamente que esta
postagem não pretende defender islâmicos ou se opor aos cristãos,
pretende apenas colaborar com a compreensão de como tudo começou,
quais as possibilidades de desenvolvimento e como melhor combater
esse mal.
Outro
oportunismo aparece na política dos EUA, apoiadores do Partido
Republicano, inclusive brasileiros, direcionam a responsabilidade
pela situação que o ISIS criou, ao presidente Barack Obama. George
W. Bush declarou publicamente que a situação saiu de controle
devido à retirada das tropas americanas do Iraque, abrindo margem
para a interpretação de que sem a retirada das tropas, o ISIS não
existiria.
O
mantenedor deste blog não pretende defender os Democratas nem o
presidente Obama, tampouco responsabilizar os Republicanos ou o
ex-presidente Bush. O vídeo abaixo apresenta informações
importantes para o entendimento da situação, para melhor entender o
texto após o vídeo, é importante ver todo o comentário da
professora de história árabe da USP.
Jornal da Cultura - 07/07/2016
O
primeiro ponto a ser abordado é o surgimento do ISIS, quatrocentos
mil soldados expulsos após terem sido derrotados, sem dúvida uma
maneira eficiente de criar um novo inimigo. Mas é importante lembrar
que a rede terrorista Al Qaeda não atuava no Iraque quando Saddam
governava, mas conseguiu instalar grupos no território logo após a
derrota do Saddam.
O
segundo ponto, é a operação no Afeganistão, que começou antes da
ocupação do Iraque e tinha como alvo a própria rede terrorista Al
Qaeda. A operação no Afeganistão desestruturou completamente a Al
Qaeda, esse é o motivo mais plausível para a implantação de um
Estado Islâmico, com território próprio, governo próprio e
exército próprio, que permitiria treinar terroristas sem depender
dos territórios e governos de outros países.
Outro
fator para implantar o Estado Islâmico, é a possibilidade de atrair
muçulmanos extremistas, que não estariam dispostos a lutar, mas
trabalhariam de outras formas na manutenção de território. Se o
território conseguisse se manter, conseguiria se expandir e talvez
ter como aliados outros países. Não vamos esquecer que o ISIS
surgiu com a modesta intenção de dominar o mundo.
A
situação atual pode ser considerada totalmente desfavorável ao
ISIS, embora continue sendo uma ameaça ao mundo. Os dois pontos
principais são: a) o ISIS já perdeu a maior parte do território
que tinha dominado; b) É o exército iraquiano que está fazendo a
guerra terrestre, não os EUA. A proposta de um Estado Islâmico já
está sucumbindo, resta a opção de atentados terroristas ao estilo
da Al Qaeda, mas não existe estrutura para organizar atentados
contra governos, podem apenas atacar a população, especialmente
populações islâmicas.
O
risco de atentados à danceteria, pizzaria, sorveteria, padaria e
outros estabelecimentos, continua grande, mas o efeito político só
enfraquece o terrorismo islâmico, que caminha para a extinção, ou
quase extinção. Bush pode ter cometido erros estratégicos em
relação ao Afeganistão e ao Iraque, mas as operações eram
necessárias. Obama pode ter cometido erros estratégicos na retirada
do exército americano do Iraque, mas a retirada era necessária.
Somando
erros e acertos, o resultado é a substituição do terrorismo da Al
Qaeda, pelo terrorismo do ISIS, mas o ISIS está sucumbindo e não se
mostra capaz de deixar alguma herança estrutural ou idealista.
Republicanos e Democratas devem reconhecer que ambos podem ter
cometido erros, mas ambos contribuíram para superar os terroristas
que estão sucumbindo, devem debater sobre questões políticas, como
sempre fizeram, mas contra o terrorismo devem apenas colaborar o
melhor que podem.
(Milton Valdameri, julho de
2016).
Agora só falta dizer que Maomé era americano...
ResponderExcluirE o Talibã, Boko Haram, Al Shabab, Hamas, Jemaah Islamiyah, Frente Nusra, Khorasan e por aí afora? São criações americanas também ou serão eles apenas mensageiros da doçura que é o Corão?
Em nenhum momento foi dito que o ISIS, ou qualquer outro grupo terrorista, foi criação americana. Mas não é segredo que Bin Laden recebeu treinamento da CIA para combater a URSS no Afeganistão, o Talebã também recebeu apoio dos EUA para combater a URSS, no final ambos se voltaram contra os EUA, o Talebâ assumiu o controle do Afeganistão e o Bin Laden montou a Al Qaeda.
ExcluirO Saddam foi aliado dos EUA até a invasão do Kuwait e não foi tirado do poder na Guerra do Golfo, porque havia o risco de alguém pior assumir o poder. É necessário saber a diferença entre criar algo e a consequência de algo. Quando a doçura do Corão, eu nada posso dizer, pois não conheço seu texto, mas escolas de Israel permitem que os alunos islâmicos tenham aulas de islamismo, então é aconselhável perguntar para o governo de Israel se é doce ou não.
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