O
Brasil fracassou como nação, a população,perdeu a noção de
cidadania e há indícios significativos de que esteja perdendo a
noção de humanidade, pois suas instituições estão dominadas por
psicopatas. Mas uma tragédia envolvendo um time de futebol, mostrou
a capacidade que a população tem para confraternizar e se mobilizar
diante das dificuldades. Em uma semana, fez reviver um clube de
futebol que perdeu tragicamente seus jogadores, mas ao mesmo tempo,
essa população ficou impotente diante do próprio destino, que está
sendo transformado em uma tragédia permanente pelas instituições
que deveriam defender a população.
A
população brasileira mostrou a capacidade de superar dificuldades e
solucionar problemas, sem a necessidade de grupos que se organizam
para dizer ao povo, quando ir às ruas e o que dizer quando está nas
ruas. Milhões de pessoas atenderam à convocação de grupos
organizados e foram às ruas, de maneira totalmente pacífica, pela
democracia e liberdade de expressão, mas aqueles que manifestaram o
desejo de uma intervenção militar, foram severamente depreciados
pelos meios de comunicação e pelos grupos que convocaram as pessoas
para se manifestarem.
A
população mostrou que não precisa de um grupo de pessoas dizendo o
que deve fazer ou dizer, muito pelo contrário, mostrou que precisa
apenas de liberdade e oportunidade para solucionar seus problemas.
Foi isso que aconteceu com o trágico acidente, não havia nenhum
grupo dizendo o que fazer ou dizer. Não houve convocação nem
convocadores, mas houve mobilização e eficácia na superação das
dificuldades. É disso que a população brasileira precisa, de
liberdade para decidir sobre seus próprios problemas.
A
única instituição que pode oferecer essa liberdade à população
brasileira, é o exército, manifestando-se em suas forças
terrestres, marítimas e a aéreas, colocando-se a serviço da
população e deixando de servir aos grupos que dominam as
instituições da república em benefício próprio e em detrimento
das necessidades da população. Mas antes de pedir solenemente a
intervenção das FFAA, peço que não se proponha a meramente
substituir os grupos que decidem o destino da população, mas
ofereça à população a oportunidade de tomar decisões.
Sobre
a legitimidade da intervenção, estão sendo disseminadas dúvidas,
com pareceres jurídicos dizendo que a intervenção é
inconstitucional, no entanto também existe parecer jurídico dizendo
que é constitucional. Não sou jurista, muito menos juiz, para
julgar se a intervenção é ou não é constitucional, mas posso
dizer com plena segurança, que nenhuma lei escrita tem o direito de
impedir as FFAA de defender a população. Mas vou além, dizendo que
aquilo que é chamado de Constituição da República do Brasil, não
passa de uma farsa, de um golpe que, em vez de estabelecer e defender
a cidadania, conspira para destruí-la.
As
provas de que a constituição brasileira nada mais é que uma farsa,
estão sendo apresentadas todos os dias nos meios de comunicação,
mas basta uma para sustentar aquilo que estou afirmando, a declaração
de um constituinte, ex-ministro da justiça, ex-ministro da defesa e
ex-presidente do STF, Sr. Nelson Jobim: "A
regra naquele momento era que, para aprovar uma lei, precisava da
ambiguidade. Quanto mais ambíguo o texto legal, mais fácil era
aprovar. Quanto mais claro, preciso, mais difícil era fazer maioria.
Com isso, também se aumentou o poder do Judiciário de forma geral.
Eu participei disso e fiz inclusive regras ambíguas. A gente fazia
uma regra perfeita e depois começava a introduzir adjetivos e
advérbios de modo, para conseguir formar maioria. Se não, não
aprovava nada.".
Esta declaração teria sido feita em entrevista ao Jornal o Estado
do São Paulo, segundo o site O Antagonista
(www.oantagonista.com/posts/a-regra-era-que-precisava-da-ambiguidade),
a entrevista propriamente dita, não consegui encontrar, mas não
tenho motivos para duvidar da veracidade da mesma.
A
declaração do Sr. Nelson Jobim, mostra de forma inequívoca e
incontestável, que a constituição brasileira atende exclusivamente
os interesses de quem está no poder, enquanto que o cidadão estará
sempre descumprindo a lei, não importa o que faça ou deixe de
fazer, pois a mesma constituição que diz o que seria certo também
diz que o certo seria o contrário. Então não faz a menor diferença
o parecer deste ou daquele jurista, qualquer um pode apresentar um
parecer contra ou favor, inclusive, o mesmo jurista pode apresentar
dois pareceres, ao mesmo tempo, contrários um ao outro, dependendo
apenas do interesse do grupo que solicitou o parecer.
Diante
do exposto, peço solenemente a intervenção das Forças Armadas,
colocando em prática uma pauta tornada de conhecimento público
simultaneamente com o ato de intervenção. Que sejam contempladas
nessa pauta as medidas essenciais, que já se tornaram óbvias há
muitos anos, no entanto jamais foram implementadas, por mais que
estejam presentes o tempo todo nos discursos dos políticos. A pauta
básica, que considero necessária para legitimar a intervenção,
evitando que se torne apenas mais uma ditadura na história da
república, é a seguinte:
I
– Assumir o comando do país, em caráter provisório. A
intervenção deve ter por objetivo durar o mínimo necessário para
estabelecer a democracia de fato e de direito no país.
II
– Fechar o Congresso, sem cassar direitos políticos de indivíduos
ou partidos, transferindo para a população, o direito e a
responsabilidade de referendar toda e qualquer alteração da lei,
até que um novo congresso seja eleito com as leis que forem
referendadas pela população.
III
– Nomear um civil para Chefe de Governo, com a missão de manter em
funcionamento as instituições, mantendo-se os militares na função
de Chefes de Estado, promovendo as mudanças estruturais através de
projetos que sejam submetidos ao referendo popular. Entendo que não
é função das FFAA resolver problemas administrativos ou
econômicos, mas proteger a cidadania, por isso a necessidade de
distinguir o Chefe de Estado do Chefe de Governo.
IV
– Realizar referendos mensalmente, disponibilizando espaço nos
meios de comunicação, para que sejam apresentadas as campanhas
contra e a favor de cada projeto, com tempo igual para ambos os lados
e com duração de duas semanas (dez dias úteis). Os referendos não
deverão tratar de mais que três propostas de cada vez, para evitar
que a quantidade de propostas venha a confundir os eleitores.
V
– Apresentar imediatamente as seguintes propostas:
1)
Proibição expressa de coligação partidária tanto para o
legislativo quanto para o executivo.
2)
Proibição expressa do uso de dinheiro público para financiamento
de partidos políticos.
3)
Regulamentar devidamente o financiamento privado dos partidos
políticos, campanhas e candidaturas.
4)
Estabelecer o voto distrital misto, para deputados e vereadores, onde
metade das vagas serão preenchidas por candidatos distritais e a
outra metade por candidatos apresentados em lista partidária.
5)
O voto dado ao candidato distrital será automaticamente dado aos
candidatos da lista do partido ao qual ele pertence.
6)
A lista de candidatos do partido terá a função de estabelecer os
suplentes dos candidatos distritais, que por ventura venham a deixar
de exercer seus mandatos. Os candidatos eleitos em lista,
7)
Os candidatos eleitos em lista partidária, perderão o mandato caso
mudem de partido.
8)
Os candidatos distritais perderão o mandato caso mudem de partido
antes de cumprirem metade do mandato, após esse período poderá
mudar de partido livremente.
OBS: Essa
proposta de voto distrital misto, tem por objetivo, fortalecer tanto
o indivíduo candidato, como o partido, uma vez que estabelece
compromisso mútuo entre candidatos distritais e candidatos em lista.
Essa proposta elimina a situação bizarra, tantas vezes vivenciada
pelo eleitor brasileiro, onde candidatos de um mesmo partido fazem
campanha um contra o outro. Entende-se que o indivíduo irá se
candidatar através de partido com o qual tenha um mínimo de
identidade política, ao mesmo tempo em que o partido empreenderá o
mesmo esforço para obter votos em todos os distritos, apoiando
igualmente todos os candidatos distritais.
9)
Reduzir o número de senadores para dois em cada estado,
10)
Reduzir o mandato dos senadores para quatro anos.
11) Renovar, ou permitir a
renovação do senado de dois em dois anos. A primeira eleição a
ser realizada sob esta nova lei, elegerá dois senadores, mas o
segundo colocado terá mandato de apenas dois anos.
12) Estabelecer o referendo
popular, como única forma de alteração da constituição.
13) Convocar uma Assembleia
Constituinte, com 21 membros, para promover as reformas
constitucionais necessárias, submetendo as propostas ao referendo
popular.
14) Os constituintes deverão
ser indicados pelos partidos políticos e eleitos pelo povo através
de distritos especialmente criados para elegê-los, onde cada
distrito terá um número mínimo e máximo de eleitores.
15) Realizar eleições para
reabrir o congresso o mais breve possível e deixar que a Assembleia
Constituinte tome as medidas necessárias para a realização de
eleições presidenciais, bem como o modelo de governo.
Ciente de que existem muitas
outras medidas para serem tomadas, diante da complexa situação em
que se encontra o país, apresentei aqui, aquelas que considero mais
urgentes para a defesa da cidadania e da democracia, sem a pretensão
de considerá-las absolutas e colocando-as sob avaliação do público
e das Forças Armadas. Não obstante, declaro não sentir o menor
orgulho em fazer o presente pedido, ao contrário, lamento
profundamente por sentir a necessidade de fazê-lo.
Milton Valdameri (dezembro de
2016).
Texto inteligente ....parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigado!
ExcluirAs propostas da pauta são muito razoáveis, mas essa mistura milico-anarquista não dá certo.
ResponderExcluirGostei do milico-anarquista, mas minha proposta é justamente colocar as FFAA na atribuição de restabelecer a ordem legal e jurídica, além de fazer a população se sentir responsável pelas decisões. Por outro lado, a república não está dando certo desde que foi proclamada, ou como diria o Villa, foi anunciada mas não foi proclamada.
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