domingo, 21 de junho de 2020

Explicando o Tempo e o Espaço


 O senso comum sabe muito bem o que é o tempo e sabe melhor ainda o que é o espaço, inclusive as pessoas estão frequentemente perdendo ou ganhando espaço ou tempo. No entanto, perante a ciência não existe uma definição aceita como conclusiva, principalmente para o tempo, uma vez que o espaço parece ser algo óbvio e todos conseguem compreender, transitar por ele e até mesmo visualizá-lo, enquanto que o tempo é mais compreendido como algo que passa por nós e não nós por ele. Este ensaio se atreve a tentar resolver a questão sobre o que é o tempo, e também sobre o que é o espaço.

O espaço, que é tão bem compreendido pelas pessoas, nem mesmo existe fisicamente, o espaço é uma existência metafísica, assim como as cores, ou seja, nós enxergamos cores onde o que realmente existe são vibrações (frequências), as cores propriamente ditas não existem fisicamente. O mesmo acontece com o espaço, aquilo que identificamos como espaço, é na verdade a energia/matéria que está preenchendo o espaço.

Se retirarmos a energia/matéria que preenche o espaço, o espaço deixara de existir, pois estará preenchido por uma energia/matéria com dimensões iguais zero centímetros de altura, zero de largura e zero de comprimento, ou seja, um objeto de volume igual a zero. Como o zero representa a ausência de alguma coisa, obviamente o espaço sem energia/matéria estará preenchido por algo que não está ali, ou melhor dizendo, não está preenchido.

Então vejamos, se nós temos um espaço com volume zero, obviamente esse espaço não está ali, ou seja, não existe. Agora vamos aplicar este raciocínio para todo o universo, ou seja, vamos eliminar toda a energia/matéria existente, não havendo mais nada preenchendo o espaço do universo, o próprio universo deixará de existir, ou não. Se eliminarmos toda a energia/matéria do universo, o espaço deixará de existir, mas o universo é composto de espaço e tempo, portando o tempo continuará existindo.

Desta forma, observa-se que, dentro de um raciocínio logicamente consistente, o espaço pode deixar de existir, mas não o tempo. Então é necessário questionar: o que faz o tempo existir, sendo que a existência do espaço depende da energia/matéria para preenchê-lo? Para responder a esta pergunta é necessário perguntar primeiro o que aconteceria se o tempo não existisse e toda a energia/matéria fosse eliminada do universo? A resposta para esta segunda pergunta é: o tempo passaria a existir, o espaço colapsaria e se transformaria em tempo.

Desta forma, o universo é constituído de dois ambientes entrelaçados, o espaço, que só existe se houver algo que o preencha (energia/matéria), e o tempo, que é um ambiente vazio onde ocorrem os movimentos e que não pode ser preenchido, pois se o tempo for preenchido, colapsará no sentido contrário ao colapso do espaço e o tempo se transformará em espaço. Isso só é possível porque tanto espaço como tempo são infinitos e sempre existiram (não tiveram um início), sendo o espaço o ambiente onde os objetos se localizam e o tempo o ambiente onde os objetos se movem.

Para entender a dinâmica que envolve o entrelaçamento espaço/tempo, é adequado fazer uma analogia com um hotel lotado e com quantidade infinita de quartos. O que aconteceria se chegasse mais um hóspede nesse hotel? Não haveria vaga num hotel com infinitos quartos ou haveria vaga em um hotel lotado? Na verdade seria possível criar mais uma vaga, ou mesmo infinitas vagas, da seguinte forma: hospedar o novo cliente no quarto um, retirando o hóspede anterior e realocando-o no quarto dois, retirando o hóspede do quarto dois e realocando-o no quarto três, e assim sucessivamente.

O tempo é como o quarto que hospeda um novo hóspede num hotel lotado. É relevante mencionar que o tempo é como um espaço colapsado que se transformou em tempo, desta forma, o movimento nada mais é que um objeto preenchendo e colapsando o tempo transformando-o em espaço, ao mesmo tempo em que o espaço antes preenchido fica vazio colapsando o espaço e transformando-o em tempo, assim como a energia se transforma em matéria e vice-versa.

O leitor deve (deveria) estar questionando o que eu quero dizer com “colapso do espaço tornando-se tempo” e vice-versa. Ocorre que, ao ficar vazio, um espaço passa a ter as seguintes dimensões: zero de comprimento, zero de largura e zero de altura, ou seja, as medições torna-se imensuráveis através da medição de distâncias, no entanto, é possível medir sua existência através dos ciclos de movimento, como nos relógios, na rotação e na translação do planeta Terra, e assim por diante.

A velocidade com que o movimento dos objetos colapsa o espaço e o tempo ao se movimentarem, é infinita, fazendo com que espaço e tempo sejam percebidos como se nunca tivessem colapsado e como se fossem dois ambientes eternos e estáticos, que estão entrelaçados. Desta forma, é legítimo dizer que o tempo é tridimensional, tanto quanto o espaço, mas as três dimensões só podem ser medidas simultaneamente o que proporciona ao tempo a propriedade de se comportar como se fosse unidimensional.

Concluímos então, que o espaço é o ambiente onde os objetos (energia/matéria) se localizam e o tempo é o ambiente onde os objetos se movimentam, os dois ambientes são tridimensionais e estão entrelaçados. Espero que os leitores sintam-se à vontade para comentar, contestar ou apoiar a hipótese apresentada. Ressalte-se que isto é um ensaio apresentando uma hipótese e não uma tese defendendo uma teoria. Grato!


(Milton Valdameri, junho de 2020).


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