O senso comum sabe muito bem o que é o tempo e sabe melhor ainda o que é o espaço, inclusive as pessoas estão frequentemente perdendo ou ganhando espaço ou tempo. No entanto, perante a ciência não existe uma definição aceita como conclusiva, principalmente para o tempo, uma vez que o espaço parece ser algo óbvio e todos conseguem compreender, transitar por ele e até mesmo visualizá-lo, enquanto que o tempo é mais compreendido como algo que passa por nós e não nós por ele. Este ensaio se atreve a tentar resolver a questão sobre o que é o tempo, e também sobre o que é o espaço.
O espaço, que é tão bem
compreendido pelas pessoas, nem mesmo existe fisicamente, o espaço é
uma existência metafísica, assim como as cores, ou seja, nós
enxergamos cores onde o que realmente existe são vibrações
(frequências), as cores propriamente ditas não existem fisicamente.
O mesmo acontece com o espaço, aquilo que identificamos como espaço,
é na verdade a energia/matéria que está preenchendo o espaço.
Se
retirarmos a energia/matéria que preenche o espaço, o espaço
deixara de existir, pois estará preenchido por uma energia/matéria
com dimensões iguais zero centímetros de altura, zero de largura e
zero de comprimento, ou seja, um objeto de volume igual a zero. Como
o zero representa a ausência de alguma coisa, obviamente o espaço
sem energia/matéria estará preenchido por algo que não está ali,
ou melhor dizendo, não está preenchido.
Então
vejamos, se nós temos um espaço com volume zero, obviamente esse
espaço não está ali, ou seja, não existe. Agora vamos aplicar
este raciocínio para todo o universo, ou seja, vamos eliminar toda a
energia/matéria existente, não havendo mais nada preenchendo o
espaço do universo, o próprio universo deixará de existir, ou não.
Se eliminarmos toda a energia/matéria do universo, o espaço deixará
de existir, mas o universo é composto de espaço e tempo, portando o
tempo continuará existindo.
Desta
forma, observa-se que, dentro de um raciocínio logicamente
consistente, o espaço pode deixar de existir, mas não o tempo.
Então é necessário questionar: o que faz o tempo existir, sendo
que a existência do espaço depende da energia/matéria para
preenchê-lo? Para responder a esta pergunta é necessário perguntar
primeiro o que aconteceria se o tempo não existisse e toda a
energia/matéria fosse eliminada do universo? A resposta para esta
segunda pergunta é: o tempo passaria a existir, o espaço colapsaria
e se transformaria em tempo.
Desta
forma, o universo é constituído de dois ambientes entrelaçados, o
espaço, que só existe se houver algo que o preencha
(energia/matéria), e o tempo, que é um ambiente vazio onde ocorrem
os movimentos e que não pode ser preenchido, pois se o tempo for
preenchido, colapsará no sentido contrário ao colapso do espaço e
o tempo se transformará em espaço. Isso só é possível porque
tanto espaço como tempo são infinitos e sempre existiram (não
tiveram um início), sendo o espaço o ambiente onde os objetos se
localizam e o tempo o ambiente onde os objetos se movem.
Para
entender a dinâmica que envolve o entrelaçamento espaço/tempo, é
adequado fazer uma analogia com um hotel lotado e com quantidade
infinita de quartos. O que aconteceria se chegasse mais um hóspede
nesse hotel? Não haveria vaga num hotel com infinitos quartos ou
haveria vaga em um hotel lotado? Na verdade seria possível criar
mais uma vaga, ou mesmo infinitas vagas, da seguinte forma: hospedar
o novo cliente no quarto um, retirando o hóspede anterior e
realocando-o no quarto dois, retirando o hóspede do quarto dois e
realocando-o no quarto três, e assim sucessivamente.
O
tempo é como o quarto que hospeda um novo hóspede num hotel lotado.
É relevante mencionar que o tempo é como um espaço colapsado que
se transformou em tempo, desta forma, o movimento nada mais é que um
objeto preenchendo e colapsando o tempo transformando-o em espaço,
ao mesmo tempo em que o espaço antes preenchido fica vazio
colapsando o espaço e transformando-o em tempo, assim como a energia
se transforma em matéria e vice-versa.
O
leitor deve (deveria) estar questionando o que eu quero dizer com
“colapso do espaço tornando-se tempo” e vice-versa. Ocorre que,
ao ficar vazio, um espaço passa a ter as seguintes dimensões: zero
de comprimento, zero de largura e zero de altura, ou seja, as
medições torna-se imensuráveis através da medição de
distâncias, no entanto, é possível medir sua existência através
dos ciclos de movimento, como nos relógios, na rotação e na
translação do planeta Terra, e assim por diante.
A
velocidade com que o movimento dos objetos colapsa o espaço e o
tempo
ao se movimentarem, é infinita, fazendo com que espaço e tempo
sejam percebidos como se nunca tivessem colapsado e como se fossem
dois ambientes eternos e estáticos, que estão entrelaçados.
Desta forma, é legítimo dizer que o tempo é tridimensional, tanto
quanto o espaço, mas as três dimensões só podem ser medidas
simultaneamente o que proporciona ao tempo a propriedade de se
comportar como se fosse unidimensional.
Concluímos
então, que o espaço é o ambiente onde os objetos (energia/matéria)
se localizam e o tempo é o ambiente onde os objetos se movimentam,
os dois ambientes são tridimensionais e estão entrelaçados. Espero
que os leitores sintam-se à vontade para comentar, contestar ou
apoiar a hipótese apresentada. Ressalte-se que isto é um ensaio
apresentando uma hipótese e não uma tese defendendo uma teoria.
Grato!
(Milton Valdameri, junho de
2020).
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